segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Suicídio assistido: de tabu a tendência

pacientes terminais

Suicídio assistido: de tabu a tendência

Outrora um tabu, auxiliar doentes terminais a morrer começa a ser aceito no mundo

Os eleitores em Massachusetts decidirão no mês que vem se um paciente terminal com menos de seis meses de vida tem o direito de contar com o auxílio de um médico para cometer suicídio. Caso seja aprovado, como as pesquisas de opinião sugerem, o estado será o terceiro, após Oregon e Washington, a legalizar o suicídio assistido. Uma lei foi apresentada em Nova Jersey no mês passado descriminalizando a prática. O Supremo Tribunal de Montana deliberou que médicos não podem ser processados por receitar remédios letais para pacientes terminais.
Quando Jack Kevorkian, médico americano preso após admitir auxiliar 130 pacientes a morrer, foi julgado pela primeira vez em 1994, o auxílio a suicídio era crime em todos os lugares, com exceção da Suíça. Agora a tendência está se espalhando por vários lugares (embora não na Ásia ou em países muçulmanos, onde continua sendo um tabu).
Na Europa, Holanda, Bélgica e Luxemburgo permitem o suicídio assistido. Leis de iniciativa privada para legalizar a prática entrarão na pauta de votação nos parlamentos escocês e de Londres no início do ano que vem. Na Nova Zelândia, uma iniciativa legislativa privada espera a sua primeira votação. No Canadá o recém-eleito partido majoritário de Quebec planeja votar leis semelhantes. Na Austrália o Parlamento de Nova Gales do Sul também está debatendo a questão. Mesmo na católica Irlanda, uma decisão do Supremo Tribunal será feita em breve a respeito de se o parceiro de uma vítima de esclerose múltipla pode ajudá-la a morrer sem ser processado.
Tudo isso reflete uma grande mudança em direção ao pensamento secular e à autonomia individual bem como uma preocupação crescente em relação ao processo de morte dispendioso, deprimente e dependente de remédios no mundo desenvolvido. O suicídio assistido tipicamente conta com um apoio extraordinário da opinião pública; já legisladores, grupos de pressão pró-vida, igrejas e associações de médicos tendem a ser mais melindrosos. Eles receiam que um suicídio assistido legal e digerível terá consequências sociais e morais terríveis. No entanto, as salvaguardas são abundantes e as evidências de abusos escassas em relação às medidas adotadas até agora.
As perspectivas de perda de autonomia, dignidade e da habilidade de aproveitar a vida são as principais razões citadas por aqueles que querem o suicídio assistido.

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