segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Justiça italiana condena sismólogos que não previram terremoto


ciência condenada

Justiça italiana condena sismólogos que não previram terremoto

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Terremoto de L'Aquila devastou o centro da Itália em 2009 (Reprodução/AP)

Cientistas receberam pena de seis anos de prisão por não terem conseguido alertar a população sobre o terremoto em L'Aquila

A Justiça italiana condenou seis sismólogos e um membro do governo a seis anos de prisão por homicídio culposo por falharem em prever o terremoto de L’Aquila, em 2009. O abalo matou mais de 300 pessoas e devastou a região central do país.
Segundo o juiz Marco Billi, as autoridades científicas erraram ao divulgar informações tranquilizadoras dias antes do abalo de 6,3 pontos de magnitude. Billi declarou que as informações divulgadas eram “inexatas, incompletas e contraditórias”.
Contudo, qualquer pessoa que entenda de abalos sísmicos saberá que a condenação ignora completamente os princípios científicos. Mais de 5 mil cientistas assinaram uma carta aberta alertando o presidente do país, Giorgio Napolitano, que o julgamento abre um perigoso precedente que “impede a livre troca de ideias necessária ao progresso científico e desencoraja cientistas de participar de assuntos de importância pública”.
Indignação generalizada
Vítimas do terremoto também saíram em defesa dos sismólogos. Vincenzo Vittorini, que perdeu esposa e filha no terremoto, disse que julgar os sismólogos por erros na previsão é como condenar economistas por uma crise financeira. “É difícil não enxergar este julgamento como um ato contra a ciência”, disse Vittorini.
O site BoingBoing afirmou que o caso vai além da ciência e que “nunca sabemos o bastante para fazer uma boa previsão”. Jim Mori, professor de sismologia da Universidade de Kyoto, defendeu os sismólogos durante uma entrevista à rede de TV PBS. “Eu acho que não se deve condenar uma pessoa por algo que ela não sabia”, disse Mori.

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