quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Portugueses abrem caminho a novas terapias no cancro

Cientistas do Porto
Portugueses abrem caminho a novas terapias no cancro
por DN.pt
Elsa Logarinho, a principal autora do estudo
Fotografia © DR
O coordenador da equipa, Hélder MaiatoResultados da investigação foram publicados esta semana na revista Nature Cell Biology

Fotografia © DR

O desenvolvimento de uma terapia que impeça as células cancerosas de se reproduzirem é a nova perspetiva que se abre na sequência de uma descoberta realizada por investigadores portugueses do Instituto de Biologia Molecular e Celular - IBMC, no Porto.
A equipa de Hélder Maiato e Elsa Logarinho chegou à conclusão de que um grupo de proteínas chamadas CLAPs, que têm um papel essencial na divisão das células quando elas se reproduzem, podem ser manipuladas de forma a inviabilizarem essa divisão, e consequente reprodução, quando se trata de células cancerosas.
O trabalho dos investigadores do IBMC, que lhes valeu há pouco um prémio Pfizer de Investigação, foi publicado esta semana na revista Nature Cell Biology. Ali, os investigadores mostram como as proteínas CLAPs atuam no processo de divisão celular. Elas são essenciais para a formação de um fuso bipolar, que dará origem às duas novas células a partir de cada um desses polos. Impedindo o fuso de se formar, ao manipular as CLAP, a divisão celular não ocorre.
Segundo Elsa Logarinho, a principal autora do estudo, "é muito importante que este fuso esteja corretamente formado e mantenha o seu caráter bipolar", uma vez que é ele que garante a igual "divisão dos cromossomas entre as células filhas".
Foi justamente aí que a equipa acertou, utilizando as CLAPs e mostrando que é possível impedir as células cancerosas de se agruparem nos polos do fuso para se reproduzirem. "Se, em teoria, conseguirmos remover as CLAPs apenas em linhagens de células cancerígenas, poderemos impedir que tumores continuem a proliferar", afirma por seu turno Hélder Maiato, que coordena a equipa.

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