sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tailândia

Economist
Tailândia enfrenta pior enchente em 50 anos
Nova primeira-ministra Yingluck Shinawatra, eleita por ampla maioria há três meses, encara uma enxurrada de problemas imprevistos
20/10/2011

Um monge tibetano atravessa uma rua alagada em Ayutthaya (Reprodução/Reuters)
Para Yingluck Shinawatra, a nova primeira-ministra da Tailândia eleita por ampla maioria há apenas 3 meses, a euforia da vitória está sendo varrida por uma calamidade não prevista – a pior enchente do país em 50 anos. Previsões econômicas estão sendo revisadas para baixo quase tão rápido como os sacos de areia se amontoam nas ruas. A inovadora política econômica que a ajudou a ser eleita, já sob furioso ataque, pode nunca ser posta em prática. Esta foi uma apresentação difícil às realidades do poder para a neófita de 44 anos, irmã mais jovem do ex-primeiro ministro populista Thaksin Shinawatra.
A Tailândia está acostumada a monções nessa época do ano, mas não na intensidade daquelas das últimas semanas. Mais de 270 pessoas foram mortas, quase 700 mil casas foram destruídas ou danificadas e grandes áreas das planícies centrais foram inundadas. As massas de águas estão rumando para Bangkok, e chamadas de emergências foram feitas para as pessoas doarem sacos de areia para proteger a indefesa capital. Mesmo assim é esperado que os subúrbios do norte e leste, ao menos, sejam afetados.
Yingluck tem corajosamente visitado as áreas inundadas, oferecendo apoio moral e econômico. Ainda assim, a resposta de seu governo tem sido criticada como tardia e ineficiente. Além do dano em curto prazo para a reputação do governo, no entanto, as consequências econômicas de longo prazo das inundações ocuparão deveras Yingluck e seus ministros. A Universidade da Câmara de Comércio Tailandesa estimou que o custo dos danos da enchente podem ser mais altos que 150 bilhões de baths (US$4.8 bilhões), e esse total se elevará significativamente caso Bangkok seja muito afetada. As áreas de cultivo de arroz do norte foram severamente atingidas; mais de 1,4 milhão de hectares de fazendas já estão debaixo d’água. Propriedades industriais também naufragaram. Economistas estão prevendo que o desastre pode reduzir em um ponto percentual ou mais a taxa de crescimento do PIB deste ano.
Um mergulho nessa escala pode começar a comprometer as ambiciosas políticas públicas do governo. Estas dependem de a economia permanecer com a boa saúde experimentada no governo anterior. Propostas tais como uma nova forma de subsídio do arroz, uma duplicação dos salários dos novos funcionários públicos e tablets de graça para todas as crianças começando a escola custarão muito dinheiro. Mesmo nos melhores tempos, todas estas políticas iriam provavelmente ter levado a uma inflação maior e a um aumento da dívida pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário