Por Natasha Romanzoti em 16.01.2013 as 12:02
Só de olhar para foto, sinto meu estômago revirar e minha pele se contorcer.
O nome desse monstrinho é pulga-do-mar (Cymothoa exigua). O parasita, um crustáceo isópode, se acomoda na base da língua do peixe Luciano (Lutjanus guttatus), devorando-a inteira e literalmente tomando seu lugar. (Agora você imagina ter um troço nojento desses, com cabeça, garras e tudo como língua e esse é o roteiro do mais assustador filme de terror da história).
Não sei por que a natureza foi tão cruel com Luciano. A pulga entra na boca do peixe através de suas brânquias. Então, começa a extrair seu sangue cortando a língua do animal através de seus três pares de pernas com garras fronteiras.
Conforme o parasita cresce, menos sangue chega até a língua do peixe até que, eventualmente, o órgão atrofia. Em seguida, a pulga substitui a língua do peixe, anexando o seu próprio corpo aos músculos do topo da língua (em muitos casos, 90% da língua do peixe deixam de existir, com o crustáceo em seu lugar).
O peixe é capaz de utilizar o parasita como uma língua normal (exceto pelo fato de que é tudo, menos normal). Estudos mostram que não há indicação de redução do poder de alimentação ou de respiração no animal. Esse é o primeiro caso conhecido (em animais) de substituição funcional de uma estrutura do hospedeiro por um parasita.
Exceto virar sua língua, aparentemente a pulga-do-mar não causa qualquer outro dano ao peixe hospedeiro. Também, pudera…
O parasita faz parte da família Cymothoidae. Várias espécies desta família também são isópodes parasitas, que provavelmente não causam altas taxas de mortalidade nas centenas de peixes marinhos e de água doce que parasitam.[DesertMuseum, ScienceBlogs, ubermore, Abril, Hypescience]
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