terça-feira, 29 de maio de 2012

Doze mortes em quatro dias reativam discussão sobre mapeamento do suicídio na França


França/suicídio - 
Artigo publicado em 29 de Maio de 2012 - Atualizado em 29 de Maio de 2012
Doze mortes em quatro dias reativam discussão sobre mapeamento do suicídio na França
Estação do metrô de Paris
Estação do metrô de Paris
Wikicommons/Omar Bàrcena

RFI
Doze pessoas se atiraram nos trilhos dos trens franceses nos últimos quatro dias, informou hoje a SNCF, empresa que opera os transportes ferroviários no país. Este número alarmante reacencedeu a discussão sobre a necessidade de se criar um "observatório de suicídios e condutas suicidas", que se encarregaria de estudar, catalogar e apresentar propostas para a prevenção do drama.

A consultoria de recursos humanos Technologia, especializada em prevenção de riscos profissionais, e o professor de medicina legal Michel Debout, que já vinham em campanha pela criação do observatório, lançaram um comunicado conjunto nesta terça-feira. O texto chama a atenção para o fato de que "ao menos 4 milhões de franceses estão envolvidos em maior ou menor grau nas 200 mil tentativas anuais de suicídio", no país. Destas 200 mil tentativas, cerca de 11 mil terminam em morte, todos os anos. Esses números colocam a França entre os países com maior incidência de suicídios, ao lado da Finlândia e da Áustria.
Debout, que chefia o departamento de medicina legal do Centro Hospitalar Universitário de Saint-Etienne, diz que é fundamental conhecer as causas do suicídio. Em 2008, ele havia estimado que a crise da dívida na zona do euro aumentaria em 750 o número de suicídios anuais, que não se pode confirmar por conta da carência de dados.
Debout destaca um "crescimento preocupante" do suicídio entre os homens de 40 a 50 anos, justamente o perfil mais atingido pelo desemprego, a precariedade e as pressões profissionais, depois da crise. Mas, hoje não há como saber quantos destes suicidas estavam desempregados, por exemplo. "Este é um dos dados de que precisamos", frisa o professor.
A campanha tem um abaixo assinado circulando na internet, com mais de 2 mil nomes. Entre os signatários, estão uniões sindicais e outras associações. A bancada comunista no Senado francês também apresentou uma proposta de criação do observatório, indica o comunicado.

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