terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Degelo do Ártico abre caminho a perigosa migração microbiana

Degelo do Ártico abre caminho a perigosa migração microbiana

Cepa do parasita "Sarcocystis pinnipedi", até agora sequestrada no gelo, emergiu causando uma ampla mortalidade em em focas cinzas e outros mamíferos

Foto de 28 de agosto de 2008 mostra barco atravessando geleiras derretidas na Groenlândia
Barco atravessando geleiras derretidas: parasita que está comumente nos gatos, o "Toxoplasma gondii" foi encontrado em baleias brancas em águas do Ártico, algo nunca visto, disse cientista
O acelerado degelo do Ártico, em consequência do aquecimento global, abre caminho a inéditos movimentos migratórios de agentes patogênicos, que representam um risco para os mamíferos marinhos e, potencialmente também, para os seres humanos, alertaram os cientistas.
"Com as mudanças climáticas, percebemos que existe uma possibilidade sem precedentes de que os agentes patogênicos migrem para novos ambientes e causem doenças", disse Michael Grigg, parasitólogo do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
"O gelo é uma enorme barreira ecológica para os patógenos, que ao aumentar as temperaturas no Ártico conseguem sobreviver e acessar novos anfitriões vulneráveis que não desenvolveram imunidade contra estes micróbios e parasitas por não ter ficado expostos anteriormente", disse nesta quinta-feira, durante conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), celebrada em Chicago entre 13 e 17 de fevereiro.
Uma nova cepa do parasita "Sarcocystis pinnipedi", até agora sequestrada no gelo, emergiu recentemente, causando uma ampla mortalidade em em focas cinzas e outros mamíferos ameaçados no Ártico, como leões marinhos, morsas, ursos polares e ursos pardos no Alasca e até no sul da província canadense da Columbia Britânica.
Outro parasita que está comumente nos gatos, chamado "Toxoplasma gondii", foi encontrado em baleias brancas (belugas) em águas do Ártico, algo nunca visto, disse o cientista.
A descoberta, há alguns anos, provocou um alerta sanitário nas populações de esquimós que tradicionalmente comem a carne destas baleias, acrescentou.

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