Tinham-me falado do entusiasmo com que os brasileiros recebem quem vem de fora – um entusiasmo e uma simpatia que nos fazem acreditar que tudo é possível, tudo é fácil, tudo vai acontecer. Dizem “claro que sim”, aparecem, dão-nos abraços fortes, fazem planos connosco.
Mas aconselharam-me a dar algum desconto. Sim, o entusiasmo é sempre muito maior do que o que sentimos em Portugal, mas às vezes as coisas não acontecem – as combinações falham, os planos desfazem-se, nem tudo é tão fácil nem tão consequente como parecia. É o célebre “você tem que aparecer lá em casa!” dito com toda a convicção mas sem qualquer intenção de nos darem a morada (uma característica atribuída sobretudo aos cariocas).
Será talvez uma questão de linguagem. Em Portugal, pomos a cabeça de lado, mantemos alguns segundos de suspense, e dizemos “vai ser difícil” ou “acho que não vai ser possível”. No Brasil dizem-nos “sim, acho que vai dar”. E nós surpreendemo-nos. “Vai mesmo?”.
O facto é que em 18 dias que passei no Brasil, tudo o que me disseram que seria possível aconteceu. Nenhum encontro falhou, muitas das pessoas que encontrámos abriram-nos outras portas, puseram-nos em contacto com outros, todos os emails tiveram uma resposta, e todas as respostas foram positivas. Sorte? Talvez. Mas é justo que partilhe aqui esta experiência.
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