segunda-feira, 4 de março de 2013

Problema em mandíbula e músculos agrava enxaqueca

Problema em mandíbula e músculos agrava enxaqueca, aponta estudo

Pesquisa da Unesp Araraquara avaliou 89 mulheres com dores de cabeça.
Tratamento conjunto de médico e dentista foi o que teve mais eficiência.

Do G1 São Carlos e Araraquara

Uma pesquisa da faculdade de odontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara aponta que problemas nas articulações da mandíbula e alterações nos músculos da mastigação podem agravar as enxaquecas em mulheres. Um estudo feito com voluntárias mostrou que as dores de cabeça foram amenizadas significativamente com um tratamento conjunto de médico e dentista.
A pesquisa foi realizada com 89 mulheres que já apresentavam problemas com enxaqueca e diagnóstico de disfunções temporomandibulares (DTM), que são alterações nos músculos da mastigação gerada por hábitos como ranger os dentes, além de outras dores causadas nos músculos do corpo que refletem na mandíbula.
Eliana Alécio Piqueiras, uma das voluntárias da pesquisa, conviveu durante anos com a enxaqueca. “As crises eram semanais e dores fortes que tinha que tomar injeção para aliviar, porque dava náuseas e vômitos por causa da dor”, disse.
Ela já havia feito tratamento, mas o quadro só melhorou depois que participou da pesquisa. Outras mulheres foram voluntárias e todas tinham o mesmo perfil: além das fortes dores de cabeça, sentiam dores na face, a chamada DTM. “É um conjunto de problemas que podem comprometer todo o aparelho mastigatório. Os músculos que fazem com que a gente possa mexer a boca e as articulações que ficam na frente dos ouvidos”, disse a pesquisadora Daniela Godoi Gonçalves.
A DTM pode agravar os casos de enxaqueca. “Elas acontecem em áreas muito próximas, então seria a face, os músculos e a própria cabeça em si. Onde essa dor é processada, que é no cérebro, no sistema nervoso central, também é numa mesma região do cérebro, então uma acaba fazendo com que a outra seja mais intensa e que aconteça com mais frequência”, explicou Daniela.
89 mulheres com dor de cabeça foram avaliadas na Unesp Araraquara (Foto: Adriano Ferreira/EPTV) 
89 mulheres com dor de cabeça foram avaliadas
na Unesp Araraquara (Foto: Adriano Ferreira/EPTV)
O trabalho de avaliação das mulheres durou sete meses e o grupo que mais apresentou evolução foi o das mulheres que receberam os dois tratamentos ao mesmo tempo: o médico, para curar as dores de cabeça, e o odontológico, para acabar com as dores na face.
A intensidade das dores foi diminuindo ao longo do tempo em todos os pacientes. Quem recebeu o acompanhamento dos dois profissionais desde o início teve resultados ainda melhores. “Esse era o objetivo. Apontar que quando você trabalha em conjunto, esses pacientes tem uma melhora na sua dor de cabeça”, afirmou Daniela.
Para Eliana, foi recomendado o uso de uma placa para evitar que ela rangesse os dentes e, com isso, as dores acabaram. “A melhora foi muito grande e a qualidade de vida melhorou”, disse.
FONTE

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