sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Uso frequente de aspirina pode elevar perda de visão em idosos, diz estudo

Uso frequente de aspirina pode elevar perda de visão em idosos, diz estudo

Risco sobe de 1% para 1,8%, mas valor é importante do ponto de vista estatístico, dizem especialistas.

Da BBC

Aspirina (Foto: BBC)
Pesquisa sobre efeitos da aspirina para a visão
foi feita ao longo de 20 anos nos EUA (Foto: BBC)
Tomar aspirina regularmente durante períodos prolongados pode aumentar o risco de uma pessoa apresentar degeneração macular, transtorno associado à idade que provoca perda de visão. Essa é a conclusão de um estudo com quase 5 mil participantes feito nos Estados Unidos.
Baseado em dados colhidos ao longo de 20 anos, o trabalho foi publicado na revista científica "Journal of the American Medical Association" (Jama).
O aumento no risco foi relativamente modesto: participantes que tomaram aspirina regularmente (mais de duas vezes por semana durante três meses) ao longo de dez anos ou mais apresentam quase duas vezes mais chances de desenvolver degeneração macular do que os que não tomaram o medicamento.
A probabilidade de sofrer do problema é de 1% para quem não tomou aspirina e de 1,8% para quem tomou. Quando se leva em conta o fato de que um alto número de pessoas consome aspirina com frequência, esse aumento do risco passa a ser significativo, dizem os especialistas.
Benefícios da aspirina
A degeneração macular é a principal causa da perda de visão entre pessoas maiores de 60 anos. A enfermidade afeta a mácula – parte do olho que permite ver imagens em detalhes – e pode, gradualmente, levar à cegueira.
Embora exista um tratamento para retardar a perda de visão, não há cura ou uma forma de recuperar o que foi perdido.
Nos últimos anos, estudos vêm apontando os efeitos protetores da aspirinas contra várias enfermidades. Especialistas acreditam, por exemplo, que as propriedades anti-inflamatórias dessa substância ajudem a prevenir infartos e acidentes vasculares, como o derrame cerebral.
O remédio também é usado para aliviar a dor e a inflamação causadas pela artrite. Também há estudos que vinculam o usa da aspirina à proteção contra alguns tipos de câncer. Como resultado, milhões de pessoas tomam o medicamento regularmente no mundo.
Nos EUA, por exemplo, estima-se que 19,3% da população adulta tome aspirina com frequência. E o consumo tende a aumentar com a idade.
O país também apresenta uma alta incidência de casos de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Segundo a Macular Degeneration Association, 9 milhões de americanos maiores de 40 anos sofrem desse problema.
Há duas formas de DMRI: a "seca", em que a visão lentamente fica embaçada, tipo que responde pela maioria dos casos, e a "úmida", menos comum, quando aparecem novos vasos sanguíneos sob a retina, provocando o vazamento de fluidos e levando, eventualmente, à cegueira. Esse segundo tipo foi o visto nos voluntários que tomaram aspirina.
O estudo
Para estudar a relação entre ingestão de aspirina e a DMRI, a pesquisadora Barbara Klein, da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, em Madison, analisou dados de um estudo populacional sobre doenças oculares associadas à idade.
Klein e sua equipe também fizeram testes de visão nos participantes, que tinham idades entre 43 e 86 anos no início da pesquisa. Os testes foram feitos a cada cinco anos, durante duas décadas.
Ao analisar os resultados, os cientistas levaram em conta fatores como idade, sexo e nível socioeconômico dos participantes. A incidência de casos de DMRI em indivíduos que haviam ingerido aspirina durante mais de dez anos foi de 1,8%. Entre os que não tomaram aspirina, a incidência foi de 1%.
'Estatisticamente importante'
"A associação entre o uso regular de aspirina e a incidência de DMRI neovascular (úmida) é pequena, porém estatisticamente importante", ressaltaram os autores. Eles acrescentaram que é necessário fazer mais estudos para confirmar os resultados.
"Se (os resultados) forem confirmados, é importante definir os mecanismos causais para que se desenvolvam métodos que bloqueiem esse efeito e previnam ou atrasem o desenvolvimento de DMRI neovascular em pessoas que tomem aspirina."
FONTE

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