segunda-feira, 25 de junho de 2012

Terapia genética toma novos rumos


Genética do câncer

Terapia genética toma novos rumos

25 de junho, 2012
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Lista de mutações genéticas pode revolucionar o tratamento do câncer (Reprodução/Internet)

Mutações genéticas predizem quais cânceres responderão a tratamento
O Consórcio Internacional de Genoma do Câncer, uma aliança de laboratórios que está tentando produzir uma lista definitiva de mutações genéticas que causam câncer, está acumulando dados a uma taxa impressionante. Cerca de 3 mil cânceres de mama, por exemplo, já tiveram o seu genoma publicado. Mas esses dados não vão, por si só, ajudar pacientes. Para isso, é preciso que os dados sejam coletados em um contexto de teste clínico de medicamento. E é justamente isso que Matthew Ellis e seus colegas da Universidade de Washington em St. Louis fizeram para mulheres que sofrem de câncer de mama. Os seus métodos, caso seja provado que funcionam, podem vir a revolucionar o tratamento.
O Dr. Ellis e sua equipe descreveu a sequência do genoma integral tanto de tecido canceroso como normal de 46 mulheres com tumores de um tipo chamado de câncer de mama receptor de estrogênio positivo. Eles também descreveram a sequência apenas das regiões que contêm os genes cancerosos do genoma – cerca de 1% do DNA total – de 31 mulheres adicionais, e parte das sequências de mais de 240 mulheres. Depois eles compararam os genomas sadios e cancerosos de cada paciente, a fim de descobrir quais genes haviam sofrido mutação devido ao câncer.
Ao fazer isso, a equipe estava seguindo o protocolo normal do consórcio de genoma do câncer. A novidade de sua abordagem foi que as mulheres em questão haviam se envolvido em um dos dois testes clínicos de uma medicação chamada letrozole. Esses testes estabeleceram letrozole como um tratamento padrão para pessoas com este tipo de câncer de mama, mas nem todos os pacientes se beneficiam da droga do mesmo modo. A esperança de Dr. Ellis era descobrir o porquê.
Como foi descrito no periódico Nature, ele e sua equipe descobriram 18 genes que em geral sofriam mutações. Alguns eram os suspeitos de sempre da genética do câncer. Outros, porém, foram uma surpresa. No topo desta lista estavam cinco genes que já haviam sido vinculados à leucemia, mas que até então não eram considerados capazes de afetar tumores sólidos.
Ao combinar o seu conhecimento genético recém-adquirido aos dados clínicos dos participantes, Dr. Ellis e seus colegas mostraram que aqueles cujos tumores portavam uma certa mutação tinham muito menos probabilidade de terem respondido ao letrozole do que mulheres cujos tumores tinham mutações normais.
Este tipo de informação tem implicações óbvias para o tratamento. E o baixo custo das técnicas de descrição de sequência de genes, em particular aquelas que procuram por mutações específicas em relação às quais já há suspeitas, significam que o complemento de mutação de um tumor pode ser descoberto facilmente em um laboratório de patologia com o equipamento apropriado. No caso de cânceres de mama receptores de estrogênio positivo, a análise genética ainda não chegou ao ponto de poder dize com certeza qual medicamento terá o melhor resultado para um dado indivíduo, mas os resultados do Dr. Ellis estabelecem uma fundação sobe a qual um edifício pode ser construído para o câncer de mama e, talvez, também para outros tipos de tumores.

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