quarta-feira, 14 de março de 2012

Alerta Amnistia Internacional

Alerta Amnistia Internacional
Síria: Tortura está a ser usada a níveis sem precedentes
por Lusa Hoje
Fotografia © REUTERS/Ali Jarekji A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje que o poder sírio está a usar a tortura e os maus-tratos contra a oposição "a níveis sem precedentes", como parte de "um ataque sistemático" à população civil, noticia a Efe.
Na véspera do dia em que se cumpre o primeiro aniversário da revolta contra o regime de Baschar al-Assad, em que se estima que tenham sido mortas 6.500 pessoas, a AI pediu a Damasco para parar com as detenções e as torturas conta a população, bem como permitir o acesso de observadores internacionais.
A organização de defesa dos direitos humanos divulgou hoje um relatório em que recolhe testemunhos de 19 opositores sírios, refugiados na Jordânia, e identifica cerca de 30 métodos de tortura utilizados pelas forças de segurança de Al-Assad.
A Amnistia adianta que as pessoas detidas durante os protestos, desde menores a idosos, são torturadas sistematicamente, com recurso a golpes, insultos, ameaças, choques elétricos, violações, agressões, submissão a posições de "stress" e outros vexames.
A violência sexual é prática habitual entre as forças de segurança sírias, que, segundo testemunhos, violam detidos e obrigam outros a assistir.
"Tiravam-nos das celas todos os dias durante uma hora ou duas para nos baterem. Obrigavam-nos a ajoelhar, com os olhos tapados e as mãos atadas, na sala de interrogatórios, e batiam-nos em todo o lado. Foi assim durante seis dias", relata Raed, um jovem licenciado de 27 anos, que esteve detido uma semana.
Outros testemunhos indicam que os presos eram encerrados em espaços reduzidos durante dias, superlotados, com cadáveres ou moribundos, sem banho, nem assistência médica e alimentados com um pedaço diário de pão.
Há ainda relatos de presos que estiveram pendurados em ganchos durante dias, enquanto eram agredidos, e de outros obrigados a estar em bicos de pés durante horas ou a quem era arrancada a pele com pinças.
A Amnistia Internacional exige à comunidade internacional que investigue a ocorrência de crimes contra a humanidade na Síria e impeça a venda de armamento ao governo de Damasco.

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