Sudão
do
Sul:
situação
no
campo
de
Yida
está
se
agravando
Já são 63.500 refugiados sudaneses em uma área destinada para atender
apenas 15 mil pessoas 12 de julho de 2012 - Cerca de 500 pessoas por dia estão chegando ao acampamento de Yida. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) reportou um total de 63.500 refugiados em um já lotado acampamento, originalmente criado para atender 15 mil pessoas. Após ter andado por dias, algumas vezes semanas, cruzando as Montanhas Nuba para fugir dos conflitos e da insegurança alimentar do sul de Kordofan no vizinho Sudão, os refugiados chegam em péssimo estado de saúde.
“A maioria de nossos pacientes estão em choque, e a mortalidade no
hospital está crescendo, à medida que a população no acampamento cresce”,
explica o Dr. Mego Terzian, assistente de emergência de MSF. “Devido ao enorme
volume de pacientes, temos que focar nossas atenções naqueles cujas vidas estão
em risco e em crianças com diarreia, infecções graves ou desnutrição.”
A maioria dos pacientes no hospital de MSF são crianças com menos de cinco
anos. O número de crianças internadas dobrou em relação ao último mês, de 104
para 209. A porcentagem de crianças com desnutrição atendidas em consulta também
cresceu e a mortalidade no hospital mais que dobrou em um mês – de 7% para 15%,
principalmente devido à diarreia e a infecções graves, incluindo pneumonia. As
equipes de MSF estão fazendo todo o possível para ajudar os pais a identificarem
sintomas para que levem as crianças ao hospital o quanto antes.
O número de pessoas em Yida mais que triplicou desde abril de 2012. As
chuvas já começaram e os recursos para saneamento básico e água são simplesmente
insuficientes. Apesar dos esforços das organizações que atuam em campo, as
condições de recepção e de vida para os 63.500 refugiados são absolutamente
inadequadas.
“A maioria das consultas realizadas nas instalações médicas de MSF são
para tratamento de doenças relacionadas à água, que poderiam ser contidas, caso
houvesse latrinas suficientes ou acesso adequado à água potável”, explica André
Heller-Perrache.
Para responder às crescentes necessidades, MSF, a principal organização
médica em campo, intensificou suas atividades, aumentando a capacidade do
hospital para 60 leitos em três tendas adicionais. MSF está também engrossando
sua equipe, que já é composta por 80 pessoas.
MSF está atuando em Yida, no estado de Unity no Sudão do Sul, desde
novembro de 2011. A organização administra um hospital no campo de refugiados e
um serviço de consultas, além de prestar serviços médicos na área do campo usada
para cadastramento dos refugiados. Em junho, MSF vacinou mais de 14 mil crianças
com menos de 15 anos contra sarampo e continua a vacinar crianças de seis meses
a cinco anos na área de cadastramento do acampamento. Outras equipes de MSF
estão prestando assistência a refugiados sudaneses no estado do Alto Nilo.
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