por Patrícia Viegas
Refugiados sírios num campo da
província de Kilis, na fronteira entre a Turquia e a Síria Fotografia © Reuters
Numa altura em que tanto os rebeldes como
as forças de Bachar Al-Assad se preparam para uma batalha de grande envergadura
em Aleppo, Norte da Síria, do outro lado da fronteira, na Turquia, milhares de
refugiados procuram fugir à onda de violência que varre o país e trazem consigo
histórias tristes para contar.
"As pessoas contam histórias sobretudo de famílias destruídas. Quase toda a
gente perdeu alguém nesta guerra e algumas pessoas que não participaram na
guerra, ou seja, que não apoiaram nem o Exército sírio nem a oposição síria
estão agora numa situação que é algo delicada", conta ao DN Mafalda Revés, uma
portuguesa que se encontra em Gaziantep, na Turquia, a 60 Km da Síria, como
voluntária da Gaziantep Trainning and Youth Association.
Os relatos que transmite são os que lhe foram trazidos por dois colegas que
visitaram o campo de refugiados sírios de Kilis, onde atualmente vivem já cerca
de 12 mil pessoas, quatro mil das quais são crianças, precisa. "Hoje seria a
minha primeira visita ao campo mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco
enviou um comunicado para a administração de todos os campos aconselhando os
estrangeiros a cessarem lá os seus trabalhos até ao final da semana. Não fui.
Agora depois de a minha associação ter falado com o governador de Kilis e ele
ter feito uns telefonemas as atividades vão continuar e irei lá na próxima
quinta-feira à tarde. Segundo os relatos dos meus colegas que já lá foram
algumas pessoas estão a usar também o campo como plataforma de descanso, ou
seja, lutam com a oposição durante alguns dias e depois regressam ao campo para
alimentação e descanso".
Formada em Ciência Política e Relações Internacionais, Mafalda Revés nota que
"a tensão entre Ancara e Damasco está a aumentar. O Governo turco fechou a
fronteira ao tráfico comercial, no entanto, os refugiados podem continuar a
entrar no país, mas a Turquia parece estar no seu limite. Como não se sabe como
vai evoluir a situação, Ancara quer jogar pelo seguro e não ter estrangeiros no
terreno em risco". Voltando a citar os relatos que lhe foram chegando pelos
colegas, a jovem voluntária portuguesa confirma que a maioria dos refugiados de
Kilis são provenientes de Aleppo: "A ideia comum é que neste preciso momento é
impossível voltar atrás, já não há ponto de retorno, o regime, mais tarde ou
mais cedo, vai cair. Chegam notícias de fortes bombardeamentos diários e de
cidades completamente destroçadas".
Do outro lado da fronteira, onde os rebeldes controlam já alguns sectores da
cidade de Aleppo, centenas de opositores do regime de Assad preparam-se para uma
ofensiva maior do Exército sírio, constatou Bülent Kilic, jornalista da agência
noticiosa AFP. A mesma que hoje citou, a partir de Damasco, uma fonte da
segurança síria a anunciar para amanhã e sábado "uma contra-ofensiva
generalizada" em Aleppo.
FONTE
por Patrícia Viegas
Refugiados sírios num campo da
província de Kilis, na fronteira entre a Turquia e a Síria Fotografia © Reuters
Numa altura em que tanto os rebeldes como
as forças de Bachar Al-Assad se preparam para uma batalha de grande envergadura
em Aleppo, Norte da Síria, do outro lado da fronteira, na Turquia, milhares de
refugiados procuram fugir à onda de violência que varre o país e trazem consigo
histórias tristes para contar.
"As pessoas contam histórias sobretudo de famílias destruídas. Quase toda a
gente perdeu alguém nesta guerra e algumas pessoas que não participaram na
guerra, ou seja, que não apoiaram nem o Exército sírio nem a oposição síria
estão agora numa situação que é algo delicada", conta ao DN Mafalda Revés, uma
portuguesa que se encontra em Gaziantep, na Turquia, a 60 Km da Síria, como
voluntária da Gaziantep Trainning and Youth Association.
Os relatos que transmite são os que lhe foram trazidos por dois colegas que visitaram o campo de refugiados sírios de Kilis, onde atualmente vivem já cerca de 12 mil pessoas, quatro mil das quais são crianças, precisa. "Hoje seria a minha primeira visita ao campo mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco enviou um comunicado para a administração de todos os campos aconselhando os estrangeiros a cessarem lá os seus trabalhos até ao final da semana. Não fui. Agora depois de a minha associação ter falado com o governador de Kilis e ele ter feito uns telefonemas as atividades vão continuar e irei lá na próxima quinta-feira à tarde. Segundo os relatos dos meus colegas que já lá foram algumas pessoas estão a usar também o campo como plataforma de descanso, ou seja, lutam com a oposição durante alguns dias e depois regressam ao campo para alimentação e descanso".
Formada em Ciência Política e Relações Internacionais, Mafalda Revés nota que "a tensão entre Ancara e Damasco está a aumentar. O Governo turco fechou a fronteira ao tráfico comercial, no entanto, os refugiados podem continuar a entrar no país, mas a Turquia parece estar no seu limite. Como não se sabe como vai evoluir a situação, Ancara quer jogar pelo seguro e não ter estrangeiros no terreno em risco". Voltando a citar os relatos que lhe foram chegando pelos colegas, a jovem voluntária portuguesa confirma que a maioria dos refugiados de Kilis são provenientes de Aleppo: "A ideia comum é que neste preciso momento é impossível voltar atrás, já não há ponto de retorno, o regime, mais tarde ou mais cedo, vai cair. Chegam notícias de fortes bombardeamentos diários e de cidades completamente destroçadas".
Do outro lado da fronteira, onde os rebeldes controlam já alguns sectores da cidade de Aleppo, centenas de opositores do regime de Assad preparam-se para uma ofensiva maior do Exército sírio, constatou Bülent Kilic, jornalista da agência noticiosa AFP. A mesma que hoje citou, a partir de Damasco, uma fonte da segurança síria a anunciar para amanhã e sábado "uma contra-ofensiva generalizada" em Aleppo.
FONTE
Os relatos que transmite são os que lhe foram trazidos por dois colegas que visitaram o campo de refugiados sírios de Kilis, onde atualmente vivem já cerca de 12 mil pessoas, quatro mil das quais são crianças, precisa. "Hoje seria a minha primeira visita ao campo mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco enviou um comunicado para a administração de todos os campos aconselhando os estrangeiros a cessarem lá os seus trabalhos até ao final da semana. Não fui. Agora depois de a minha associação ter falado com o governador de Kilis e ele ter feito uns telefonemas as atividades vão continuar e irei lá na próxima quinta-feira à tarde. Segundo os relatos dos meus colegas que já lá foram algumas pessoas estão a usar também o campo como plataforma de descanso, ou seja, lutam com a oposição durante alguns dias e depois regressam ao campo para alimentação e descanso".
Formada em Ciência Política e Relações Internacionais, Mafalda Revés nota que "a tensão entre Ancara e Damasco está a aumentar. O Governo turco fechou a fronteira ao tráfico comercial, no entanto, os refugiados podem continuar a entrar no país, mas a Turquia parece estar no seu limite. Como não se sabe como vai evoluir a situação, Ancara quer jogar pelo seguro e não ter estrangeiros no terreno em risco". Voltando a citar os relatos que lhe foram chegando pelos colegas, a jovem voluntária portuguesa confirma que a maioria dos refugiados de Kilis são provenientes de Aleppo: "A ideia comum é que neste preciso momento é impossível voltar atrás, já não há ponto de retorno, o regime, mais tarde ou mais cedo, vai cair. Chegam notícias de fortes bombardeamentos diários e de cidades completamente destroçadas".
Do outro lado da fronteira, onde os rebeldes controlam já alguns sectores da cidade de Aleppo, centenas de opositores do regime de Assad preparam-se para uma ofensiva maior do Exército sírio, constatou Bülent Kilic, jornalista da agência noticiosa AFP. A mesma que hoje citou, a partir de Damasco, uma fonte da segurança síria a anunciar para amanhã e sábado "uma contra-ofensiva generalizada" em Aleppo.
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